quarta-feira, 13 de abril de 2011

John Kotter: Mudança em 8 passos

Após apresentar, com base no exemplo de Jack Welch, os atributos pessoais que contribuem para a liderança efetiva da mudança, John Kotter detalha oito passos que conduzem a ela. Veja quais são.

Tendo apresentado, a partir do exemplo de Jack Welch, ex-CEO da General Electric, os atributos pessoais de um líder de mudanças, John Kotter, com base nos estudos que realizou sobre empresas bem-sucedidas, detalha os oito passos interdependentes que levam a uma mudança efetiva em larga escala.

1º passo: criar um senso de urgência

“Os problemas de hoje são intermináveis, como sabemos, mas vimos que Jack Welch transmitia uma pressa de criar a nova organização”, assinalou Kotter. Esse senso de urgência é um despertar, idealmente por parte de todos na organização, para uma oportunidade.

2º passo: estabelecer uma equipe-guia

Despertas pelo senso de urgência, algumas pessoas se unem para criar algo maior, mais lucrativo, mais poderoso para o futuro. Esse grupo, formado por pessoas de diferentes níveis e áreas da organização, é flexível e veloz, não fica preso às políticas departamentais ou aos feudos da empresa. Ao término de um projeto, o grupo se dissolve. “Não estamos falando da maneira normal de fazer as coisas. Quando você quer produzir uma mudança que se beneficie das oportunidades maiores, que vêm com o mundo que muda rapidamente, precisa de um segundo sistema operacional, orgânico, que não funcione com hierarquias rígidas e abranja toda a organização”, alertou o palestrante.

3º passo: esclarecer a visão da mudança

É preciso haver clareza quanto à visão, que deve ser comunicada junto com a estratégia. O líder deve se certificar de que todos saibam o que é preciso para mudar. Nos casos de maior sucesso, segundo Kotter, é sempre possível observar que há algo que faz sentido às pessoas e que está claro para elas aonde querem chegar e como pretendem fazê-lo.

4º passo: comunicar-se para conquistar adesão

Há uma quantidade enorme de formatos e meios de comunicação nos casos de sucesso, e o objetivo é que todos na organização digam: “Isso faz sentido”. Convém ter em mente que a comunicação hierárquica, vertical, não ganha impulso, velocidade ou volume necessários para que a organização encare a mudança. E é sempre bom lembrar: “O que as pessoas fazem conta mais do que o que falam”.

5º passo: dar poder para as pessoas agirem

É preciso liderar estando perto das pessoas, mas também é necessário sair da frente delas, dar-lhes espaço para a movimentação – é o chamado empowerment.

6º passo: criar vitórias de curto prazo

“O ceticismo sempre existirá, e tem de haver pessoas que parem para pensar e criticar. Para diminuir a tensão e conseguir manter o impulso da mudança, é preciso dos pequenos sucessos ao longo do caminho, pois nada motiva mais do que o sucesso”, aconselha o pesquisador. Ele ainda acrescenta que tais vitórias precisam ser reconhecidas e as pessoas, recompensadas.

7º passo: persistir

Não se pode esmorecer ao longo da trajetória de mudança. Líderes bem-sucedidos em processos de mudança demonstram tenacidade incansável. Afinal, é preciso passar por esses passos várias vezes, a fim de fortalecer a equipe e conquistar novas vitórias, até chegar à mudança esperada.

8º passo: fazer a mudança perdurar

Kotter é taxativo: “A tradição é uma força poderosa. Apenas ter algo novo funcionando, não significa que continuará assim, a menos que se encontre uma maneira de fixar esse novo, uma âncora, que leve a mudança a ser integrada à cultura da empresa”.

Se os oito passos funcionam? Para reforçar seu ponto de vista, Kotter voltou ao caso GE, ilustrando-o com um vídeo que remonta à época em que ela havia acabado de entrar no setor da mídia com a compra da RCA, em 1986. A rede NBC de televisão era parte da RCA e, portanto, estava no pacote de compra.

David Letterman, famoso e irreverente apresentador de TV, entendendo-se, a partir dali, um colaborador da GE, tentou entrar no edifício da empresa com uma cesta de frutas de boas vindas aos novos donos da NBC. O apresentador, protagonizando situações hilariantes, foi barrado e hostilizado por tentar filmar ou entregar qualquer coisa sem uma autorização expressa.

Aquela era a GE engessada. Jack Welch, no entanto, foi, na avaliação de Kotter, um líder capaz de tocar as feridas da empresa antiga e fazê-la dar um salto gigantesco, que elevou seu valor de mercado na mesma proporção e fez com que ela chegasse a este século forte, inovadora e líder de muitos mercados.

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